Investigação do ministro do STF escancara esquema bilionário de compra de apoio no Legislativo e explica sabotagem contra o governo

Muito se fala da “crise institucional” entre o Congresso Nacional e o governo Lula. Mas poucos têm a coragem de dizer onde ela realmente começou. A origem não está no IOF, no Orçamento, ou nas emendas impositivas. A origem da fúria do centrão tem nome e sobrenome: Flávio Dino e sua investigação sobre o esquema bilionário das chamadas emendas Pix.

O ministro do STF, indicado por Lula, está cavando fundo no ralo da promiscuidade entre parlamentares e prefeituras-fantasmas, onde bilhões de reais foram distribuídos sem critério, sem fiscalização e — pior — com fortes indícios de corrupção institucionalizada.

É essa investigação que está tirando o sono de Arthur Lira, Pacheco e seus aliados. Porque, diferentemente de outras operações abafadas no Congresso, Dino tem caneta, autonomia e agora foro privilegiado para mexer onde nunca quiseram que ninguém mexesse.


O que são as emendas Pix e por que elas assustam tanto o centrão

As chamadas “emendas Pix” são uma invenção recente do Congresso para turbinar o envio direto de verbas públicas para prefeituras e entidades locais sem necessidade de convênio, fiscalização prévia ou contrapartida técnica.

O nome já diz tudo: é dinheiro transferido com a mesma facilidade de um Pix — só que com valores de R$ 1 milhão, R$ 5 milhões, R$ 10 milhões. E quase sempre indo para aliados, redutos eleitorais e empresas ligadas a políticos.

A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou rombos, sobrepreços, obras fantasmas e até repasses para ONGs de fachada e igrejas sem sede. Dino, ao assumir a cadeira no STF, não apenas deu continuidade à apuração iniciada no Ministério da Justiça — ele aprofundou, ampliou e levou o caso ao coração da Corte Constitucional.


Congresso em pânico reage com chantagem orçamentária contra o governo Lula

A resposta do centrão veio rápida — e suja. Não podendo barrar a investigação de Dino, o Congresso decidiu retaliar o governo Lula, como se o Executivo fosse responsável direto por uma apuração feita por um ministro do STF.

O resultado é o que estamos vendo: derrubada de decreto do IOF, tentativa de engessar o Orçamento com emendas impositivas obrigatórias, sabotagem de pautas progressistas e chantagem para esvaziar ministérios estratégicos.

A mensagem é clara: ou o governo breca Dino, ou perde a governabilidade. Só que há um detalhe incômodo para os chantagistas de plantão: o Supremo é independente. E Dino, mais ainda.


A investigação das emendas Pix pode ser a Lava Jato do Congresso — sem espetáculo, mas com provas

Flávio Dino não é de pirotecnia. Não vaza delação, não combina operação com a mídia, não faz coletiva para prender reitor. Mas age com método, solidez e paciência.

E é justamente isso que mais assusta os caciques do Congresso: não há como derrubá-lo com manchete. Não há como comprá-lo com emenda. E o que ele está descobrindo pode derrubar mandatos — e mais de um.

Estamos diante da primeira grande investigação sobre a indústria das emendas parlamentares no Brasil, algo que desde o governo Temer virou o mecanismo oficial de governabilidade — e o principal instrumento de saque ao orçamento público.


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2 comentários sobre “Crise entre Lula e Congresso tem nome e sobrenome: Flávio Dino e as emendas Pix

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