Ex-chefe da Secom Wajngarten grava ligação com esposa de Mauro Cid e reforça investigação da PF
Gabriela Cid grava conversa com Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secom e aliado de Bolsonaro, que teria tentado influenciar a defesa do militar; episódio aprofunda investigação por obstrução.
Gravação feita por precaução
Gabriela Ribeiro Cid, esposa do delator tenente‑coronel Mauro Cid, relatou à Polícia Federal ter gravado, via vídeo, uma ligação de Fábio Wajngarten entre agosto e setembro de 2023. Na conversa, ele sugere que ela convença o marido a trocar de advogado, em especial após a entrada do criminalista Cezar Bittencourt no caso — um fato que reforça suspeitas de tentativa de obstrução das investigações.
Por que o vídeo foi apagado
Gabriela explicou que gravou a ligação por precaução, temendo interferência judicial, mas posteriormente apagou o arquivo. “Apaguei porque senti que não estava fazendo o correto entregando uma pessoa que, inicialmente, estava querendo ajudar”, disse, segundo relatado no depoimento prestado à PF.
Relevância para a investigação
A gravação acrescenta evidência direta ao caso, ampliando o escopo das apurações sobre obstrução de justiça. O ministro Alexandre de Moraes determinou que Wajngarten e os advogados ligados a Bolsonaro sejam ouvidos simultaneamente pela PF, para evitar versões elaboradas em conjunto — estratégia que reforça o rigor do inquérito da Operação Contragolpe.
Contexto político e judicial
Wajngarten foi ex-chefe da Secom, durante o governo Bolsonaro, e mantinha proximidade com Mauro Cid. O episódio levanta questões sobre influência institucional e tentativas de minar delações, culminando na determinação de depoimentos simultâneos e na possível responsabilização criminal dos envolvidos.
Próximos passos do caso
- Comparecimento de Wajngarten e dos advogados na PF, com depoimentos agendados em um mesmo horário.
- Avaliação do conteúdo da gravação dentro do contexto jurídico — especialmente se configurou coação ou obstrução.
- Possível encaminhamento do caso à Procuradoria-Geral da República para manifestação, antes de definição de medidas pelo STF.
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