Lula mira justiça tributária, fim da escala 6×1 e corte de supersalários para reconquistar base popular
Pressionado por desgaste de imagem e crise no Congresso, governo prioriza propostas que transferem ônus para os mais ricos e aliviam carga dos trabalhadores, reforçando discurso social e antissistema.

Reforço de discurso social para reconexão com a base
Em contexto de queda de popularidade e tensão no legislativo, o núcleo político do Planalto redefine prioridades: investe em um discurso social robusto, retomando bandeiras históricas da esquerda. A ênfase está na justiça tributária, restrição à jornada 6×1 e combate aos supersalários no funcionalismo, buscando resgatar a confiança dos eleitores mais vulneráveis.
Justiça tributária em foco
A equipe econômica se prepara para propor mudanças no Imposto de Renda: elevar a faixa de isenção para até R$ 5 mil mensais, compensando com alíquotas mais altas para quem ganha acima de R$ 600 mil por ano. Segundo levantamento do Datafolha, aproximadamente 76% da população aprova a taxação dos super-ricos, enquanto 70% são favoráveis à isenção para aqueles que recebem até esse patamar — cenário favorável à reconstrução da narrativa social.
Fim da escala 6×1
O segundo eixo da estratégia é a revisão da jornada 6×1 (seis dias de trabalho por apenas um de descanso). Em discurso oficial, Lula destacou que “é hora de falar em equilíbrio entre vida profissional e bem-estar dos trabalhadores”, sinalizando abertura ao debate no Congresso e retomando bandeiras propostas inicialmente por parlamentares do PSOL.
Supersalários sob mira
Outra frente da reestruturação das finanças estatais é a contenção de supersalários no serviço público. O governo avalia adotar projeto previamente engavetado no Senado, com o objetivo de coibir ganhos excessivos em estruturas públicas, ampliando o alcance da agenda trabalhista.
Objetivos por trás da mudança de tom
- Reposicionar Lula como protagonista da justiça social, distância estratégica do discurso focado na institucionalidade pós-8 de Janeiro.
- Oferecer resposta rápida ao desgaste político recente e à rejeição do Congresso nas pautas fiscais.
- Criar uma narrativa social sólida que sustente a campanha de 2026 — com foco em redistribuição, igualdade e defesa do trabalhador.
O que observar agora
- Apresentação oficial das propostas de IR e ajustes à jornada no plenário.
- Mobilização de entidades sindicais e movimentos sociais em respaldo ao pacote.
- Estratégia de articulação no Congresso para garantir aprovação rápida antes do início da campanha.
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