Presidente da Câmara, Hugo Motta, pautou repentinamente votação para derrubar aumento do IOF, sem aviso ao Planalto, em reação a impasses sobre emendas e críticas do governo.

Pauta surpresa na Câmara

Na noite de terça (24/06), às 23h35, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), usou o X (antigo Twitter) para surpreender o governo ao anunciar a inclusão repentina, na pauta da sessão remota de quarta (25/06), do Projeto de Decreto Legislativo que susta o decreto do presidente Lula que reajustou o IOF. Porém, nem o Planalto nem líderes governistas foram comunicados previamente da manobra.


Estratégia e motivação

Motta justificou publicamente que a pauta era coerente com a “vontade da Casa”, apontando que a urgência já havia sido aprovada. Nos bastidores, aliados relatam que ele reagiu a entraves na liberação de emendas e constrangimentos provocados por acusação de que o Congresso era responsável por possível aumento na conta de luz — além de críticas públicas do ministro da Fazenda.


Reação do Palácio e da base de apoio

O governo reagiu à ofensiva. Gleisi Hoffmann, ministra de Relações Institucionais, mobilizou interlocutores e conversou com líderes para avaliar alternativas à decisão expressa de Motta. Haddad argumentou que o decreto corrige distorções tributárias e combate a evasão de ricos, enquanto Lindbergh Farias classificou a pauta como “provocação precipitada”, criticando a ausência de diálogo prévio.


Implicações políticas e fiscais

  • Batalha fiscal em curso: a votação ameaça sustar receita estimada em R$ 10 bilhões, comprometendo o ajuste orçamentário do governo.
  • Ruptura institucional: a postura de Motta enfatiza a independência do Legislativo, mas reforça a tensão com o Poder Executivo.
  • Momento simbólico: a votação ocorre em meio ao recesso junino, em sessão remota, e pode determinar o rumo da pauta fiscal em 2025.

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1 comentário em “Decisão de Motta sobre IOF surpreende governo e tensiona relação com Congresso

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