Motta surpreende e pauta derrubada do aumento do IOF sem aviso prévio
Presidente da Câmara mobiliza maioria para votar PDL que susta decreto do governo sobre o IOF, alegando atender ao “sentimento da Casa” e reacendendo tensão com o Planalto.

Motivo declarado: atender ao sentimento da Casa
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), explicou à CNN Brasil que pautou o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para sustar o aumento do IOF diante da “vontade da maioria” dos deputados, demonstrada na aprovação da urgência com 346 votos. Motta afirmou que, nesse caso, não precisava notificar o Planalto antecipadamente.
Tensão com o governo: gesto político inesperado
Aliados do parlamentar revelaram que a pauta foi uma resposta à irritação gerada por impasses na liberação de emendas e críticas do governo, que culpou o Congresso pelo encarecimento na conta de luz. O Planalto só foi informado da inclusão do PDL após a divulgação de Motta nas redes sociais, apesar de esperar que a discussão sobre o IOF fosse adiada até julho.
Estratégia bolsonarista: relatoria dada ao PL
Em movimento para pacificar a base de Daniel, Motta entregou a relatoria do PDL ao deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), considerado histriônico pelo líder do PT. A decisão foi interpretada como uma concessão ao centrão conservador, enquanto Motta buscava conter insatisfações internas e mostrar independência do governo.
Reações e consequências imediatas
Lindbergh Farias (PT), líder do partido na Câmara, criticou o gesto como uma “provocação infantil”, alegando que a votação foi anunciada por tweet, pegando deputados e governo de surpresa.
Por sua vez, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, respondeu defendendo a medida do governo como uma correção de injustiça tributária contra os mais ricos. Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, reafirmou que o debate não afeta a execução do decreto nem o diálogo com o Congresso.
Impacto político e orçamentário
- Conflito entre poderes: Motta confirma autonomia do Legislativo e sinaliza ruptura com o Executivo.
- Armadilha fiscal: o Congresso força o governo a buscar alternativas para garantir recursos e evitar contingenciamentos.
- Cenário eleitoral: ação bolsonarista na Câmara energiza base opositora e reforça que o tema terá repercussão em outubro.
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