Homem que quebrou relógio histórico do Planalto é preso novamente em Goiás
Antônio Cláudio Alves Ferreira, condenado por depredação golpista, foi recapturado após sair em regime semiaberto sem tornozeleira; STF e CNJ reagem.

Antônio Cláudio Alves Ferreira, condenado a 17 anos de prisão, foi recapturado em Catalão (GO) após sair em regime semiaberto de um presídio em Minas Gerais — sem tornozeleira eletrônica — e retornou ao cárcere, conforme decisão do STF.
Em primeiro lugar: saída irregular e recaptura
Concedida progressão de regime sem tornozeleira, Ferreira deixou o presídio de Uberlândia em 17 de junho de 2025, mas foi encontrado foragido em sua cidade natal, onde foi preso pela Polícia Federal em 20 de junho e transferido de volta ao presídio mineiro.
Por outro lado: intervenção do STF e investigação
Ministro Alexandre de Moraes determinou a imediata prisão e apontou que o juiz de Uberlândia agiu sem competência, já que a progressão depende do cumprimento de 25% da pena, regra não atendida — Ferreira ainda cumpria apenas cerca de 16%.
Simultaneamente, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu apuração sobre a conduta administrativa do magistrado que autorizou a soltura sem tornozeleira.
Acresce que: ato simbólico e simbólico valor histórico
Ferreira ganhou notoriedade ao ser filmado quebrando um relógio histórico do século XVII, presente de Dom João VI ao Brasil, durante a invasão de 8 de janeiro de 2023. A peça foi restaurada na Suíça, mas seu valor histórico continua incalculável.
Metáfora crítica: sem tornozeleira, sem limites
A liberdade precoce sem monitoramento revela um erro de cálculo no sistema penal — pouco mais que um passe livre para quem destruiu símbolos nacionais. A tornozeleira, que seria símbolo de controle, se prova ignorada.
Pergunta retórica
Se aparelhos eletrônicos existem — mais de 4 000 disponíveis — por que permitem que um condenado por depredação saísse sem monitoramento?
Consequências imediatas
- A recaptura impede que o condenado avance na execução penal.
- O episódio reforça crítica à fiscalização no uso de tornozeleiras e fiscalização penal.
- STF assume controle rigoroso sobre progressão de regime de condenados por crimes graves.
- O CNJ investiga falha jurídica e administrativa que permitiu soltura irregular.
Impactos judiciais e institucionais
- Aquecimento da tensão entre STF e juízes de primeira instância sobre competência.
- Pressão sobre o sistema penal mineiro — tanto da Justiça quanto de organizações de direitos.
- Precedente perigoso usado em outras progressões de pena sem equipamentos.
- Visibilidade da depredação do Judiciário reforçada pelo episódio simbólico do relógio.
- Mobilização de fiscalização e controle contra novos vazios no uso de recursos penitenciários.
Conclusão
A volta dele à prisão é resultado de falha operacional e simbólica — o Estado permitiu liberdade prematura a quem destruiu patrimônio público. A reação dura do STF promete rever diretrizes de progressão, mas cabe perguntar: até quando ruas e símbolos serão palco de falhas no sistema penal?