Potências europeias oferecem negociação ao Irã para tentar encerrar conflito com Israel
Ministros da França, Reino Unido, Alemanha e representantes da UE se reuniram em Genebra com o chanceler iraniano para propor uma negociação completa, diplomática e técnica, visando conter a escalada e evitar uma nova guerra regional.

Nesta sexta-feira (20/6), ministros de Relações Exteriores da França, Reino Unido, Alemanha e a chefe da diplomacia da União Europeia se reuniram em Genebra com o ministro iraniano Abbas Araghchi. A proposta: oferecer ao Irã uma negociação completa, diplomática e técnica, com foco em limitar o programa nuclear, buscar diálogo sem participação direta dos EUA e evitar uma escalada militar entre Irã e Israel.
1. Os termos do acordo europeu
O presidente francês Emmanuel Macron adiantou que a oferta europeia envolve quatro pontos principais:
- Retomada do trabalho da Agência Internacional de Energia Atômica, com inspeções rigorosas;
- Compromisso do Irã em zerar o enriquecimento de urânio, seja civil ou militar;
- Limitação ao programa de mísseis balísticos;
- Condições para retomar negociações sobre segurança regional, com segurança técnica e diplomática.
Macron afirmou: “ninguém deve ignorar o risco de um Irã com armas nucleares” — e que os ataques às instalações civis devem cessar imediatamente.
2. Reações iranianas
O chanceler Araghchi manteve a linha de que o Irã só embarcará em negociações se Israel interromper os ataques antes. Ele classificou a ofensiva israelense como “traição ao processo diplomático” e disse que o Irã aceita a conversa, mas com condições rígidas de respeito ao seu programa civil.
3. Contexto global estressado
A iniciativa ocorre num momento em que EUA, Israel e Irã se confrontam. Trump avalia potencial ataque a instalações nucleares iranianas nas próximas duas semanas. Ao mesmo tempo, Israel sinaliza campanha prolongada para desmantelar capacidades iranianas. O Conselho de Segurança da ONU pede calma, mas está dividido — com Rússia e China mais alinhadas ao Irã, e Europa ao lado da proposta diplomática europeia para não agravar o conflito.
Perguntas para refletir
- Oferecer negociação técnica sem imposição militar fortalece a diplomacia ou encoraja o programa nuclear iraniano?
- Macron lidera uma retomada independente do Acordo de 2015, distante da pressão americana – o que isso simboliza no geopolítica?
- Qual o impacto de expandir a chamada ” janela de dois semanas” para uma escalada militar nos atores globais?
Conclusão
A oferta europeia em Genebra representa uma tentativa clara de reativar canais diplomáticos antes que o conflito Irã‑Israel se transforme em guerra aberta. Mas a condição de não enriquecer urânio e a exigência de cessar-fogo imediato impõem um impasse: o Irã demanda trégua antes de negociar, enquanto os europeus insistem em controles prévios. A paz técnica depende do equilíbrio entre respeito nucleário e medo de uma catástrofe militar.