PF: Carlos Bolsonaro comandou desinformação e estruturas clandestinas na Abin Paralela
Relatório final da Polícia Federal aponta que o vereador do Rio montou um verdadeiro “gabinete do ódio”, liderou esquema de espionagem e propaganda para proteger a família Bolsonaro e atacar adversários e instituições.

O relatório final da Polícia Federal revela que Carlos Bolsonaro teve papel de comando na formação de estruturas clandestinas dentro da Abin, coordenou o esquemático “gabinete do ódio” e pilotou estratégia de desinformação para blindar interesses do clã político.
Origens da “Abin paralela”
Segundo a PF, Carlos recrutou agentes e delegados da Abin para criar um núcleo paralelo de inteligência. Esse grupo seria responsável por levantamento de informações sobre adversários políticos, ministros do STF e jornalistas, com operação fora das vias institucionais.
“Gabinete do ódio” em ação
A estratégia articulada incluía postagens e campanhas coordenadas online para atacar opositores políticos, deslegitimar o sistema eleitoral e reforçar narrativas favoráveis aos Bolsonaros. Carlos admitiu publicamente gerenciar, junto ao pai, contas nas redes sociais voltadas à disseminação de fake news.
Proteção do núcleo político
O relatório aponta também que essa estrutura tinha função de contrainteligência: usava conexões com Alexandre Ramagem para monitorar investigações da PF sobre a família, acessando informações sigilosas e antecipando denúncias.
Alvos e consequências
A espionagem atingiu figuras como ministros do STF, parlamentares e jornalistas, além de membros da Receita e Instituto Ambiental. O material produzido foi usado para intimidar e dificultar investigações, garantindo proteção ao núcleo político da família, em especial durante o pleito de 2022.
Perguntas para refletir
- Um vereador pode criar esquemas clandestinos com servidores de inteligência?
- Qual o limite entre estratégia eleitoral e violação da democracia?
- A responsabilização política nesta escala desmantela vínculos entre Estado e interesses privados?
Conclusão
O relatório da PF coloca Carlos Bolsonaro como operador central da “Abin paralela”, comandando espionagem, desinformação e aparatos de proteção política. Se confirmada judicialmente, a atuação poderá redefinir os padrões legais para uso de inteligência estatal na política — e expor fragilidades na democracia brasileira.