Investigação revela esquema clandestino dentro da agência de inteligência, monitorando ministros do STF, jornalistas e adversários — ação criminosa em estrutura oficial.

Em primeiro lugar, destacamos a frase‑chave: Abin paralela espionagem ilegal. A Polícia Federal formalizou, nesta terça-feira, o indiciamento de Jair Bolsonaro, seu filho Carlos Bolsonaro e o deputado Alexandre Ramagem, sob acusação de formar uma organização criminosa dentro da Abin para monitoração clandestina — incluindo ministros do STF, políticos, jornalistas e opositores. A virada institucional expõe o uso da máquina estatal para atacar adversários.


Abin transformada em estrutura de espionagem

A investigação comprovou que agentes da Abin criaram um esquema redundante de espionagem ilegal — o chamado gabinete paralelo — conforme relatório sigiloso, com mais de 30 indiciados. O software FirstMile era usado para rastrear celulares de figuras públicas: ministros, jornalistas e auditores da Receita. Estima-se que cerca de 10 mil celulares foram monitorados nos primeiros anos.


Quem são os acusados

  • Jair Bolsonaro: apontado como beneficiário máximo do esquema, com conhecimento prévio e vantagem política.
  • Carlos Bolsonaro: acusado de usar as informações clandestinas para abastecer o “gabinete do ódio” nas redes sociais.
  • Alexandre Ramagem: responsável por operacionalizar o esquema enquanto dirigia a Abin, hoje deputado federal.
  • Também foram indiciados o atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, por obstrução, e diversas outras lideranças da agência.

Alvos da espionagem e caráter político

A lista de monitorados inclui ministros do STF, como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, parlamentares, auditores da Receita, jornalistas e ambientalistas — vítimas de interceptações móveis e invasão de dados. O relatório detalha diálogo entre Ramagem e Bolsonaro, traçando estratégias de blindagem familiar, como no caso Flávio.


Próximos passos no STF

O relatório da PF, com mais de 800 páginas, já foi enviado ao STF e permanece sob sigilo. O ministro Alexandre de Moraes encaminhará à PGR, que poderá oferecer denúncia, solicitar diligências adicionais ou arquivar o caso. O processo agora depende da atuação do Supremo.


Perguntas retóricas para reflexão

  • Até que ponto uma agência de inteligência foi usada para fins políticos pessoais?
  • Como combater espionagem estatal sem comprometer a segurança nacional legítima?
  • Se confirmada a acusação, quem protegerá a democracia dos próprios aparelhos do Estado?

Chamada à ação

  1. Cobrar que o Congresso acompanhe o processo no STF, garantindo celeridade e transparência.
  2. Pressionar a PGR para agir imediatamente — espionagem política não pode, de forma alguma, ficar impune.
  3. Estimular a imprensa a cobrir os desdobramentos com rigor institucional e sem sensacionalismo.

Conclusão

O indiciamento no caso da Abin paralela é mais do que um escândalo: revela que o Estado foi transformado em instrumento de espionagem com motivação política. Se confirmado, marca um dos episódios mais graves da história recente — e exige reação firme do Judiciário e da sociedade. A hora é de justiça — e não de silêncio institucional.


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