Irã formaliza pedido de adesão ao Banco dos BRICS durante reunião com Dilma Rousseff
Autoridades iranianas destacam potencial econômico do país e reforçam interesse em integrar o Novo Banco de Desenvolvimento

Encontro ocorrido em Pequim reuniu o presidente do Banco Central iraniano e Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). Na reunião, o Irã oficializou seu pedido de filiação ao NDB, destacando o peso de sua economia para fortalecer a cooperação dentro do bloco.
O NDB, fundado em 2015 pelos países do BRICS e sediado em Xangai, foca no financiamento de infraestrutura e projetos sustentáveis em países emergentes. Sob a presidência de Rousseff, o banco prioriza iniciativas de industrialização verde, redução de desigualdades e o fortalecimento das economias do Sul Global.
O pedido iraniano coincide com a estratégia de expansão do BRICS. Desde sua ampliação em 2023, o banco já aceitou países como Egito, Emirados Árabes Unidos, Bangladesh e Irã. Isso faz parte de uma ambição mais ampla do bloco de construir uma aliança multipolar. A entrada de nações com sanções ocidentais, como o próprio Irã, revela a intenção do bloco de autonomia frente às instituições dominadas por economias centrais .
Se o pedido do Irã for aprovado pelo Conselho de Governadores do NDB, o país poderá acessar recursos destinados à infraestrutura, energia limpa e inovação tecnológica. A decisão deverá envolver consultas entre Brasil, China e Rússia, que seguem como sócios principais do banco.
O movimento reforça o posicionamento do bloco como alternativa real aos modelos tradicionais do FMI e Banco Mundial. A adesão do Irã traduz a vontade de países emergentes de reforçar espaços de decisão econômica exclusivos, sem depender exclusivamente do interesse ocidental.