Bolsonaro admite envio de R$ 2 milhões a Eduardo nos EUA e diz: “Não quero que ele passe dificuldade”
Ex-presidente afirma que transferência via Pix foi para sustento do filho e netos; PF investiga possível financiamento de ações contra o STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro confirmou, nesta quinta-feira (5), ter transferido R$ 2 milhões para seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, que atualmente reside nos Estados Unidos. A declaração foi feita após Bolsonaro prestar depoimento à Polícia Federal (PF) no âmbito de um inquérito que investiga a atuação de Eduardo no exterior.
Segundo Bolsonaro, o valor foi enviado via Pix no dia 13 de maio e destinado a cobrir despesas pessoais de Eduardo e sua família nos EUA. Ele justificou a transferência afirmando que “lá fora tudo é mais caro” e que não deseja que o filho “passe por dificuldades”, especialmente considerando que Eduardo está acompanhado da esposa e de dois filhos pequenos. O ex-presidente enfatizou que o dinheiro é “limpo, legal” e proveniente de doações recebidas durante sua campanha presidencial de 2022. diariodecuiaba.com.br
A PF investiga se Eduardo Bolsonaro tem buscado influenciar autoridades norte-americanas a aplicarem sanções contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF), do Ministério Público e da própria PF, com o intuito de embaraçar investigações que envolvem seu pai. A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que tais ações podem configurar tentativa de obstrução da Justiça.
Além disso, em dezembro de 2022, Bolsonaro transferiu R$ 800 mil para uma conta nos EUA, poucos dias antes de deixar o Brasil e embarcar para Orlando, na Flórida. A PF suspeita que essa movimentação financeira tenha sido uma estratégia para assegurar sua permanência no exterior durante o período em que se desenrolavam os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A defesa de Bolsonaro alega que o envio dos R$ 800 mil foi motivado por preocupações com a economia brasileira e a possibilidade de alta do dólar, negando qualquer relação com tentativa de golpe de Estado.
As investigações continuam em andamento, e tanto Jair quanto Eduardo Bolsonaro permanecem sob escrutínio das autoridades brasileiras.