Zelensky cede à pressão: Ucrânia aceita negociar com Putin sob ameaça de Trump de cortar ajuda militar
"Não estamos rendidos, mas realistas" — como a geopolítica eleitoral americana está redefinindo os rumos do conflito

Introdução
“Se eu fosse presidente, essa guerra teria terminado em 24 horas”. A frase que Donald Trump repetiu como mantra em comícios republicanos tornou-se uma ameaça concreta para Volodymyr Zelensky: diante do risco de o ex-presidente americano vencer as eleições de 2024 e cortar os US$ 60 bilhões anuais em ajuda militar, a Ucrânia anunciou nesta terça-feira (13/5) que aceitará negociações diretas com Vladimir Putin — um giro de 180 graus na postura que mantinha desde a invasão russa em 2022. O movimento, revelado pela Revista Forum, ocorre após:
- Sinal verde da OTAN: Secretário-geral Jens Stoltenberg admitiu que “todo conflito termina na mesa de negociações”
- Pressão de Trump: Em ligação a Zelensky, ameaçou “revisar todos os fundos” caso eleito
- Fadiga ocidental: 61% dos americanos rejeitam novos pacotes de ajuda, segundo pesquisa Pew Research
Os termos do possível acordo
Fontes do governo ucraniano citam três cenários em discussão:
- Status quo congelado
- Rússia mantém Crimeia e 18% do território ocupado
- Ucrânia ganha ingresso na UE (sem OTAN)
- Neutralidade armada
- Kiev abandona aspirações à OTAN por 20 anos
- Recebe garantias de segurança de EUA, França e Alemanha
- Divisão coreana
- Linha de cessar-fogo vira fronteira permanente
- Zonas desmilitarizadas com monitoramento internacional
O fator Trump
A sombra das eleições americanas paira sobre as negociações:
- Promessa de campanha: Trump diz ter “plano secreto” para acabar com a guerra (suspeita-se que inclua levantar sanções à Rússia)
- Cronograma forçado: Ucrânia quer acordo antes de novembro/2024 para evitar dependência de Trump
- Risco calculado: Zelensky sabe que 72% do armamento ucraniano vem dos EUA — e Trump já avisou: “Não sou caixa eletrônico”
As reações
- Kremlin: “Finalmente realismo” — porta-voz de Putin comemorou “fim da histeria belicista”
- UE: Ursula von der Leyen alertou que “acordos sob pressão raramente duram”
- Brasil: Lula reiterou oferta para mediar, lembrando proposta feita em 2023