Braga Netto apresenta recursos ao STF e questiona julgamento por tentativa de golpe
Defesa alega falhas no processo, contradições na dosagem de pena e nulidade de delação premiada

O general Walter Braga Netto, condenado a 26 anos de prisão no julgamento da trama golpista de 8 de janeiro, apresentou embargos de declaração ao Supremo Tribunal Federal (STF), apontando uma série de irregularidades no processo que resultou em sua condenação.
Na peça protocolada, a defesa sustenta que o processo foi marcado por cerceamento de defesa, já que um “grande conjunto de provas digitais” foi liberado apenas dias antes do início das audiências, impedindo análise adequada. Além disso, o pedido destaca a negativa de gravação da acareação entre Braga Netto e o delator Mauro Cid, realizada em 24 de junho de 2025 — fato que, segundo os advogados, compromete a transparência.
Outro ponto sensível é a contestação da delação de Mauro Cid, base central da acusação. A defesa alega que o militar colaborador teria sido coagido e que há contradições nas versões apresentadas, o que, segundo o recurso, torna o pacto e suas evidências “ilegal e impertinente” para fundamentar a condenação.
Por fim, os embargos pedem correção de erro material na dosagem da pena — calculada em 26 anos, quando poderia ser, segundo a defesa, 25 anos e seis meses — e alegam contradições no acórdão quanto à aplicação de critérios de aumento da pena-base.
Essa manobra processual marca mais um capítulo da resposta institucional ao atentado ao Estado Democrático de Direito: enquanto a direita vassalocrata grita perseguição e vitimização, para o campo progressista resta reforçar a necessidade de julgamento claro, justo e inafastável de quem arquitetou o golpe.
