Redação

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) expressou nesta segunda-feira profundo descontentamento frente à articulação em curso que pode levar o PL a apoiar o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD). Em publicação em rede social, ele afirmou categoricamente: “Não fui consultado e acredito que o eleitor de direita no Rio, o mais importante para uma decisão dessa, também não foi.”

Flávio questionou ainda abertamente a coerência de um arranjo que colocaria o PL — partido do ex-presidente Jair Bolsonaro — e seu próprio nome na mesma coligação de Paes, que é aliado declarado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Alguém me explica como dá pra ser palanque de Bolsonaro e Luiz ao mesmo tempo? Ser contra e a favor de traficante? Ser contra e a favor de aborto?” escreveu o senador.

A motivação do senador parece refletir uma disputa interna pelo controle da legenda — e pela direção ideológica do eleitorado de direita no Rio de Janeiro. O prefeito Paes sugeriu que o apoio do PL poderia vir, em evento no sábado passado, afirmando que “não tenho dúvida de que vamos estar juntos, mas por um só amor. Por amor ao Estado do Rio de Janeiro.”

O descontentamento de Flávio também sinaliza a fragilidade da coalização de direita no estado: o PL não tem — ao menos até agora — um nome consolidado para enfrentar a disputa ao governo estadual em 2026, e a articulação com Paes aparece como tentativa de recomposição de forças.