Encontro entre os presidentes Lula e Trump na Malásia marca novo capítulo entre Brasil e EUA
No encontro durante a cúpula 47th ASEAN Summit em Kuala Lumpur, os presidentes Lula e Trump acordaram que suas equipes iniciarão imediatamente negociações para resolver disputas tarifárias e sanções mútuas

No contexto da 47ª Cúpula da ASEAN, realizada na capital da Malásia, os presidentes Lula e Trump reuniram-se para tentar iniciar o reestabelecimento e o aprofundamento da relação comercial e diplomática entre Brasil e Estados Unidos.
Principais pontos do encontro
- Ambos os líderes concordaram que suas equipes negociarão imediatamente para resolver questões de tarifas elevadas impostas pelos EUA aos produtos brasileiros, assim como sanções sobre autoridades brasileiras.
- Trump declarou que “acreditamos que podemos fazer acordos bem bons para os dois países”.
- Conforme destacou o presidente brasileiro, “nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para tarifas e sanções contra autoridades brasileiras”.
- Apesar do tom otimista, ainda não ficou claro se os EUA aceitaram suspender temporariamente as tarifas brasileiras durante as negociações — um pedido de Brasília.
Contexto e relevância
O encontro ocorre em meio a tensões que cresceram após os EUA aumentarem as tarifas sobre importações brasileiras de cerca de 10% para até 50% em agosto, em reação a desenvolvimentos políticos no Brasil.
Para o Brasil, um parceiro tradicionalmente forte nos setores de carne, café e minério, esse diálogo surge como oportunidade para garantir previsibilidade e acesso ao mercado americano. Já para os EUA, trata-se de manter competitividade, reafirmar alianças estratégicas e ajustar a política comercial global.
O que está em jogo
- A estabilidade das exportações brasileiras para os EUA: grupos como a ABIEC (carne) e a ABIC (café) reagiram positivamente ao encontro, ressaltando a importância de previsibilidade e presença brasileira no mercado americano.
- A capacidade dos EUA de manter o acesso a matérias-primas, cadeias de oferta e mercados agrícolas, em um ambiente global de rivalidades comerciais.
- A dinâmica geopolítica: o encontro na Malásia mostra como líderes latino-americanos e norte-americanos estão usando fóruns multilaterais (como a ASEAN) para conduzir diplomacia global, além de regional.
Possíveis desdobramentos
- Negociações técnicas que podem levar a um calendário com definição de setores prioritários, cronograma de reuniões e possível suspensão provisória de tarifas.
- Reação dos mercados: as exportações brasileiras e os termos comerciais podem sofrer impacto positivo caso um acordo avance rapidamente.
- Pressão doméstica em ambos os países: no Brasil, setores exportadores querem resultados concretos; nos EUA, apoiadores do protecionismo desejam que medidas tarifárias sejam justas e tragam benefícios concretos.
- O encontro pode servir como catalisador para parcerias em outros temas, como energia, minerais estratégicos, tecnologia e meio ambiente, ainda que o foco principal agora seja o comércio.
