Líder evangélico critica ideologia do AGU, mas afirma que só entrará em campanha se houver irregularidade moral

O pastor Silas Malafaia criticou o advogado-geral da União, Jorge Messias, ao chamá-lo de “esquerdopata gospel”, durante entrevista recente. Apesar da fórmula agressiva, afirmou que não irá promover uma campanha aberta contra a nomeação de Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF) “só porque é indicação do Luiz Inácio Lula da Silva e porque se identifica como evangélico”.

Malafaia esclareceu que sua oposição depende de comprovação de conduta moralmente desabonadora do indicado: “Se tiver alguma coisa contra a moral dele, aí eu falo”. Segundo ele, divergência ideológica — por si só — não justifica mobilização.

O episódio revela dois aspectos relevantes: primeiro, o uso de jargões fortes no discurso evangélico-político ao se referir a figuras da “direita de esquerda” ou de “evangélicos de esquerda”; segundo, a escolha cuidadosa de esfera de intervenção política: Malafaia opta por condicionar seu ativismo à existência de falha ética, e não ao alinhamento partidário puro.

Essa fala ocorre em momento de disputa entre o governo federal e o segmento evangélico-conservador, que busca manter influência sobre nomeações e pautas sociais. A declaração de Malafaia mostra que, embora mantenha críticas à nova composição do STF, ele pode não liderar oposição automática — o que reduz o risco de mobilização massiva do eleitorado evangélico contra o governo Lula nesse caso.

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