Google apresenta avanço histórico com chip quântico Willow
Novo algoritmo executou cálculos 13 mil vezes mais rápidos que supercomputadores clássicos

A Alphabet revelou que seu mais recente chip quântico, batizado de Willow, alcançou desempenho recorde ao rodar o algoritmo “Quantum Echoes” com velocidade aproximadamente 13 mil vezes superior à de qualquer supercomputador clássico atual. O experimento foi documentado em estudo publicado e trazida à tona como um marco na corrida global pela computação quântica.
Segundo os desenvolvedores do Google Quantum AI, o aspecto decisivo é que o teste foi verificável, o que significa que outros laboratórios e plataformas podem reproduzir os cálculos e validar os resultados. Essa condição coloca o Willow como ponte entre pesquisas de laboratório e aplicações práticas no mundo real.
A repercussão no mercado foi imediata: as ações da Alphabet chegaram a subir mais de 2 % em Nova York após o anúncio, refletindo a expectativa de que a computação quântica entre numa fase comercial mais acelerada.
Apesar do feito, especialistas alertam que ainda há obstáculos significativos. Um dos maiores é alcançar tolerância a falhas em escala — o chip Willow ainda exige condições extremamente controladas de funcionamento. Outro desafio está na adaptação de aplicações industriais, como modelagem molecular, fármacos ou novos materiais, que exigem máquinas quânticas com poder de processamento até dez-mil vezes maior do que as atuais.
Na visão da esquerda progressista, esse avanço reafirma que a inovação deve ter como foco não apenas o lucro rápido, mas uso social e soberano da tecnologia. O Brasil, por exemplo, precisa colher esse giro tecnológico para reduzir dependência estrangeira e desenvolver cadeias nacionais de alto valor agregado — a era quântica não pode se tornar mais um território colonizado pela tecnologia de potências externas.
Com o Willow, o Google sinaliza que a computação quântica deixou de ser promessa para se tornar realidade concreta — agora é crucial que governos e sociedade acompanhem, regulem e dirijam esse poder para fins democráticos, igualitários e inclusivos.