Redação

A defesa de Jair Bolsonaro formalizou nesta quarta-feira (22) um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, para que Valdemar Costa Neto — presidente nacional do partido do ex-presidente — possa visitá-lo no dia 29 de outubro. A solicitação ocorre apenas um dia após a Corte decidir reabrir a investigação contra o dirigente partidário no âmbito da chamada “trama golpista”.

Na terça-feira anterior, a Primeira Turma do STF votou pela retomada das apurações por suposta participação de Valdemar no estudo que questionava a lisura das urnas eletrônicas em 2022, financiamento de materiais antiautoriaitarios e envolvimento em crimes como organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Para o campo progressista que defende a justiça social e o fortalecimento das instituições democráticas, esse movimento representa mais do que um simples pedido de visita. É, claramente, uma tentativa de articulação política e simbólica entre o núcleo central da extrema-direita (no Brasil representada pelo clã Bolsonaro-PL) frente ao avanço das investigações judiciais. O encontro reivindicado mostra que, mesmo acuados, o grupo busca se recompor.

Ainda não há decisão pública se o ministro Alexandre de Moraes acolherá o pedido de visita. A autorização depende de aval do relator e da avaliação sobre risco de contaminação do processo ou de influência indevida.

Este episódio evidencia que o embate institucional no Brasil não se restringe apenas ao tribunal, mas também transborda para bastidores partidários. A justiça democrática precisa reagir: não basta investigar — é preciso impedir que o investigado transforme a cela em palco de construção de rede política.

Fonte: CartaCapital