Do visto ao bloqueio: Trump prepara sanções contra Moraes
Bolsonaristas vibram, EUA acuam e STF se arma — entenda o jogo que ameaça a independência judicial brasileira

Em meio a uma ofensiva midiática e diplomática, o ex-presidente norte‑americano Donald Trump reacendeu expectativas entre bolsonaristas ao sinalizar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF — algo que Eduardo Bolsonaro, atualmente em solo dos EUA, qualifica como promessa concreta.
1. Restrição de visto: o campo de caça por censura
Anunciou-se que novas diretrizes permitirão negar vistos a autoridades acusadas de censura a cidadãos americanos — justificativa que supostamente inclui as medidas de Moraes contra plataformas como X e Rumble.
2. Ação judicial nas cortes dos EUA
Trump Media (do próprio Trump) e a Rumble entraram com processo na Flórida alegando que ordens de Moraes violam direitos constitucionais americanos, como a Primeira Emenda, além da soberania das plataformas sediadas nos EUA.
3. Projeto “No Censors on our Shores Act”
Um projeto em tramitação na Câmara dos EUA prevê sanções (como vistos cancelados e deportações) a “censores estrangeiros”. Alvo direto? As decisões que ordenaram bloqueios de influenciadores conservadores, na avaliação dos bolsonaristas.
4. Lei Magnitsky: a retaliação que congela bens
A Global Magnitsky Act abre caminho para sanções contra Moraes — bloqueios de ativos, proibição de entrada nos EUA e congelamento de contas — estratégia comemorada por Eduardo Bolsonaro e articulada por aliados da extrema‑direita americana.
Por que isso importa — e muito
- Ataque direto à soberania do STF
A sanção converte uma decisão judicial brasileira em questão de política externa, importando conflitos internos para o tabuleiro diplomático. - Narrativa polêmica da extrema‑direita
Vistos são vistos como “castigos seletivos por censura”, reforçando a narrativa de perseguição e polarização midiática. - Resposta institucional brasileira
No Brasil, STF e Itamaraty planejam retaliações diplomáticas, com ministros como Gilmar Mendes resistindo à ingerência estrangeira, enquanto o Itamaraty busca diálogo com os EUA. - De olho nas próximas eleições
A eventual sanção seria explorada como evidência de “ditadura judicial”, energizando a narrativa da extrema‑direita pró‑Trump e pró‑Bolsonaro, especialmente em tempos de Lula no governo.
Conclusão: sanções à vista — mas o Brasil não se dobra
Essa escalada diplomática expõe a profunda interdependência entre estratégia política, judicialização e poder geopolítico. O governo Trump pode impor medidas simbólicas ou reais contra Moraes — mas quem de fato estaria sob ataque é a própria ideia de independência judicial no Brasil.
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