Eduardo Bolsonaro teme que sanções a Moraes não tenham efeito caso Trump demore a agir
Novo alerta bolsonarista expõe fragilidade da ofensiva jurídica e diplomática no exterior

Em conversa com aliados, Eduardo Bolsonaro expressa preocupação de que as sanções contra o ministro Alexandre de Moraes — se depender apenas de Trump — possam demorar a sair, e, nesse caso, perderem totalmente o impacto. A declaração revela mais do que cautela diplomática: confirma uma estratégia defensiva ansiosa por resultados imediatos nas cortes e no Congresso dos EUA.
1. Pressa versus estratégia — e quem perde com o atraso
Para Eduardo, cada dia conta: sanções lentas seriam inócuas, sobretudo diante de um cenário interno que envolve investigação contra ele e sua família. O cálculo político é claro: se Trump demora, a narrativa de “represália judicial” perde fôlego no Brasil — e a própria causa do clã Bolsonaro enfraquece.
2. Lobby intenso, mas jogo pode atrasar
Mesmo com forte atuação em Washington — encontro com congressistas, articulações em redes de influência —, a burocracia legislativa norte-americana não atua a toque de caixa. Projetos como o “No Censors on our Shores Act” e a aplicação da Global Magnitsky Act ainda tramitam lentamente, e a pressa de Eduardo pode colidir com a própria máquina de governo americano.
3. Risco de efeito-cascata ou fiasco diplomático
Se os EUA demorarem a agir, a ofensiva política dos Bolsonaro pode se virar contra si. A expectativa por sanções serve como pedestal, mas a ausência de medidas efetivas poderia provocar:
- Ceticismo da base bolsonarista, frustrada com promessas vazias;
- Reforço da narrativa oficial de que “quem protege é Lula” e não Trump;
- Vulnerabilidade jurídica para Eduardo, que aposta nessa blindagem.
4. O cerco aperta — e a janela de oportunidade se fecha
Do ponto de vista da família Bolsonaro, ainda há uma janela para manobras no âmbito internacional. Mas Eduardo sabe que o tempo é inimigo: cada dia que passa é uma chance a mais de que o Supremo Tribunal Federal avance nas investigações presentes — sem contar o desgaste político no Brasil, já em plena campanha eleitoral.
Conclusão: sanções urgentes — ou estratégia perdida
A fala de Eduardo Bolsonaro não é apenas um alerta — é uma concessão política. Ao admitir o risco de inércia, expõe que a dependência da velocidade de Trump pode tornar o plano internacional parte da própria fragilidade bolsonarista, não sua força.
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