PF ouve advogados de Bolsonaro por suposta tentativa de interferência na delação de Cid
Investigação mira se defesa tentou pressionar familiares do delator para atrapalhar colaboração premiada

Em primeiro lugar, a Polícia Federal ouviu nesta terça-feira (1º) dois advogados da defesa de Jair Bolsonaro — Fábio Wajngarten e Paulo Cunha Bueno — sob suspeita de tentarem interferir na delação premiada do coronel Mauro Cid. As oitivas foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos que apuram a tentativa de golpe de Estado.
O que motivou a investigação
A investigação se embasa em denúncias da família de Mauro Cid, que afirmaram ter sido abordadas desde 2023 com insistência para trocar sua defesa. Há relatos de múltiplas ligações à esposa, à mãe e até à filha menor do delator, feitas pelos advogados, sugerindo a unificação da defesa com a de Bolsonaro. Esses contatos estão no radar da PF como possível obstrução de Justiça.
Como ocorreram as oitivas
Os depoimentos foram agendados de forma simultânea na semana passada, no mesmo horário e local da Superintendência da PF em São Paulo, evitando que os envolvidos alinhavem versões. O método foi ordenado pelo STF exatamente para preservar a integridade da investigação.
Relevância jurídica
- Obstrução de justiça em foco: se confirmado, o episódio pode configurar crime, com impacto direto no caso principal sobre o golpe.
- Fragilidade no valor probatório: qualquer pressão illegal sobre o delator compromete o acordo e enfraquece a colaboração.
- Ampliação de risco para aliados: abre precedente para investigação de outros nomes do entorno bolsonarista.
Conclusão
A oitiva dos advogados sinaliza que as tentativas de interferir na delação de Mauro Cid não passaram despercebidas pelo Judiciário. Moraes e a PF agem para preservar a credibilidade das provas, abrindo mais um capítulo na ofensiva judicial contra o núcleo bolsonarista. O desfecho pode impactar diretamente a linha de defesa política do ex-presidente.
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