Malafaia pede oferta de R$ 1 milhão para intermediar bênção de Deus
Temor por aposentados trocarem igrejas pelo jogo e dízimo pelas apostas? Entenda o tom alarmista e a hipocrisia clerical

O pastor e televangelista Silas Malafaia pediu uma oferta de R$ 1 milhão durante culto ao vivo, alegando que atuaria como intermediário para “abençoar” a vida de fiéis. O episódio gerou indignação por expor o uso de crenças como moeda de troca — especialmente em um momento em que o mercado de apostas digitais vem conquistando público religioso.
1. Prece mercantilizada — ‘semente milionária’
Malafaia apresentou a oferta como uma “semente de fé”, prometendo bênçãos em troca — sem qualquer noção de limite ou prestação de contas, evidenciando a mercantilização da espiritualidade num cenário onde nascer da fé virou negócio.
2. Asterisco moral: jogo em vez de dízimo?
O pastor demonizou possíveis apostas e games, insinuando que aposentados estariam trocando igrejas por cassinos — e dízimo por apostas —, ecoando medo moralista típico da teologia da prosperidade e distraindo o público da acusação central: exploração via religião.
3. Hipocrisia em dobre-carga
Enquanto condena suposto vício de terceiros, Malafaia lucra bilhões com o mesmo modelo de submissão: exigência de contribuição sem prestação de contas ou fiscalização — um business model perene e impune ante acusações de lavagem de dinheiro e ataques à democracia.
4. Alerta à doutrina e estado laico
O episódio reforça a necessidade de fiscalização sobre igrejas que atuam como empresas disfarçadas, pedindo quantias exorbitantes sem respaldo ou transparência. A intolerância moral é bandeira — mas a exploração financeira continua impune e obscura.
Conclusão: quando a bênção vira negócio, sobra denúncia
O pedido explícito de R$ 1 milhão expôs a face mercantil da fé institucionalizada. Num momento em que o Congresso discute regulamentar o jogo online, o pastor segue livre para exigir “sementes” milionárias — enquanto acusa aposentados de apostarem. O Estado laico e a ética precisam oferecer resposta rápida: fé não é despacho de Deus por conta bancária.
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