Israel negocia normalização com Síria de líder ex-terrorista
Processo se insere na expansão dos Acordos de Abraão, com abordagem militar e diplomática combinadas

Fontes indicam que Israel manteve contato direto e contínuo com o novo governo sírio liderado por Ahmed al‑Sharaa (conhecido como Abu Mohammed al‑Jolani) — ex-comandante de um grupo ligado à Al‑Qaeda — para discutir segurança na fronteira, reduzir ações militares no sul da Síria e abrir caminho à normalização diplomática. Essas conversas fazem parte de um movimento mais amplo, alinhado à expansão dos Acordos de Abraão.
Quem é Ahmed al‑Sharaa
Também chamado Abu Mohammed al‑Jolani, ele liderava a Hayat Tahrir al‑Sham, antigo braço da Al‑Qaeda na Síria, antes de renegar esse vínculo em 2016. Em 2024, comandou ofensiva que derrubou Bashar al‑Assad e hoje atua como presidente interino de um governo de transição, adotando postura de pluralismo e diálogo político.
Equilíbrio entre segurança e diplomacia
Israel condiciona qualquer normalização à retirada de grupos terroristas e ao controle militar sobre áreas sensíveis, especialmente as Colinas de Golã. Embora mantenha operações militares preventivas no sul da Síria, o país sinaliza abertura a conversas formais, com o objetivo de consolidar estabilidade e influenciar o panorama regional.
Apoio de atores internacionais
O processo é acompanhado pelos EUA, Emirados, Arábia Saudita e Turquia, que veem na aproximação uma oportunidade para reduzir influências iraniana e do Hezbollah. O diálogo com al‑Sharaa e ações do Conselho de Segurança Nacional de Israel indicam vontade de institucionalizar a reconciliação regional por fases — segurança, política e economia.
Impacto estratégico
Essa reaproximação pode redesenhar o Oriente Médio, criando um novo equilíbrio de poder. Representa uma virada na relação com Damasco após décadas de conflito, potencialmente afetando profundamente as dinâmicas entre Israel, Síria, Irã e potências regionais.
Por que isso importa
- Paz precária ou duradoura? A reconciliação com um ex-terrorista e seu governo sinaliza ruptura histórica — mas sem certeza de estabilidade.
- Influência regional alterada: A Síria pode emergir como novo ator sob controle político pró-ocidental, deslocando o eixo do Irã.
- Acordos de Abraão: A potencial inclusão síria ampliaria esse bloco diplomático, transformando padrões de cooperação no Levante.