Senadores Cleitinho (MG) e Eduardo Girão (CE) decidem romper conveniência ideológica para apoiar proposta de contenção de gastos públicos

Em 3 de julho de 2025, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conquistou apoio inesperado de dois senadores conhecidos politicamente como bolsonaristas — Cleitinho (Republicanos‑MG) e Eduardo Girão (Novo‑CE) — em sua proposta de revisão dos chamados “supersalários” no funcionalismo público.


Um gesto de urgência fiscal

A proposta de Haddad propõe reexaminar benefícios e “penduricalhos” que elevam o salário de servidores — especialmente membros do Judiciário — acima do teto constitucional. A medida busca reequilibrar o orçamento e conter gastos públicos em aumento preocupante.


Discurso rompendo a polarização

Apesar de abrir divergência em temas como aumento do IOF e expansão do Legislativo, Cleitinho declarou:

“Faço oposição ao Lula, mas não faço oposição ao Brasil… Se o Haddad mandar uma proposta, eu apoio.”
Já Girão reiterou que vetaria o projeto de expansão da Câmara e apoiaria Haddad se Lula vetar o aumento do número de deputados federais.


Situação da tramitação legislativa

A revisão dos supersalários é um projeto antigo, aprovado no Senado em 2016, mas travado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A proposta de Haddad visa destravar essa agenda ao aproveitá-la para corte de despesas, impulsionando o ajuste fiscal defendido pelo Executivo.


Por que isso importa

  1. Quebra de polarização: dois senadores da direita abandonam a lógica partidária para endossar uma proposta fiscal do governo Lula.
  2. Agenda fiscal com legitimidade ampla: o apoio reforça a ideia de que cortes não são exclusivos de um campo político, mas pauta de interesse nacional.
  3. Potencial de desatravamento legislativo: com impulso de senadores até então resistentes, a proposta pode avançar na CCJ e atingir o plenário.

Conclusão

O gesto representa postura pragmática capaz de desarmar o debate político da polarização. Se Haddad conduzir bem esse momentum, a proposta de revisão dos supersalários pode marcar o primeiro grande ponto de cortes reais no funcionalismo — com base em ampla aceitação e legitimidade técnica.


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1 comentário em “Haddad recebe apoio inédito de senadores bolsonaristas para revisar supersalários

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