Redação

Nos bastidores da extrema-direita, o pânico se instalou. Com as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros — como aço, alumínio e até café — o PL, em vez de explicar os impactos reais da guerra comercial ou cobrar soberania nacional, escolheu um caminho velho conhecido: espalhar desinformação.

Sim, está em curso uma guerra digital bolsonarista sobre tarifas. Organizada a toque de caixa, a estratégia busca manipular o debate público, despejando fake news nas redes sociais para convencer a população de que Lula seria o responsável pelo tarifaço norte-americano. Nada mais falso. E, pior, nada mais subserviente.

A construção de uma farsa

Como num script ensaiado, influenciadores de aluguel, parlamentares da extrema-direita e robôs em massa iniciaram uma ofensiva coordenada. O objetivo? Criar a impressão de que as sanções comerciais anunciadas por Donald Trump seriam uma “resposta” à política externa brasileira. Segundo essa narrativa cínica, Lula estaria “afastando o Brasil dos Estados Unidos” e “prejudicando nossas exportações”.

Só que não é bem assim.

A guerra comercial de Trump tem um alvo claro: o fortalecimento dos BRICS e a independência industrial do Sul Global. As tarifas atingem diretamente os países que se organizam fora da lógica de submissão a Washington — e o Brasil, sob Lula, assumiu de vez esse novo papel no mundo. Não se trata de “culpa”, mas de escolha estratégica.

O desespero bolsonarista em face da irrelevância

É preciso entender o motivo do chilique digital bolsonarista. Isolado politicamente, com seus líderes enredados em investigações por tentativa de golpe e desmoralizados perante a comunidade internacional, o bolsonarismo viu nas tarifas uma oportunidade de ouro para retomar protagonismo. Só que tiveram de forjar uma mentira para isso.

Culpar Lula pelas tarifas impostas por Trump é como culpar a vítima pela agressão. Afinal, foram os Estados Unidos — e não o Planalto — que decidiram sobretaxar o aço e o alumínio brasileiros. E fizeram isso para proteger sua indústria decadente, enquanto atacam concorrentes emergentes.

Não é por acaso que Trump também ameaçou Índia, China e África do Sul — todos membros dos BRICS. O recado é claro: os EUA não admitem que o Sul Global pense com cabeça própria.

A guerra comercial revela o jogo real

O mais importante nesta história toda é não cair na armadilha bolsonarista. A guerra comercial deflagrada por Trump contra o Brasil revela o verdadeiro jogo geopolítico: os EUA, em sua decadência imperial, atacam os países que ousam industrializar suas matérias-primas e deixar de ser quintal das multinacionais.

A resposta do Brasil não pode ser o entreguismo digital patrocinado por perfis do PL. Precisa ser soberana, firme e baseada na reindustrialização nacional. Transformar o minério em aço aqui. Refino de petróleo aqui. Fábricas de fertilizantes aqui.

Quem se submete a Washington, como fez Bolsonaro no passado, acaba empurrando o país de volta à condição de colônia. E quem mente descaradamente para culpar Lula por sanções imperialistas, age como traidor da pátria.

A guerra digital bolsonarista sobre tarifas é, na verdade, uma guerra contra o Brasil.

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