Governadores bolsonaristas recuam após tarifação de Trump
Bolsonaro ganhou o apoio de Trump, mas agora paga o preço: líderes bolsonaristas tentam se desvincilhar da crise comercial.

Com o anúncio da taxação de 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA em 9 de julho de 2025, governadores ligados ao bolsonarismo — Romeu Zema (MG), Tarcísio de Freitas (SP) e Ronaldo Caiado (GO) — suavizaram seus discursos, deixando críticas ideológicas de lado e focando em consequências econômicas.
Em primeiro lugar: discurso ideológico
Inicialmente, Zema criticou o governo federal por priorizar provocações ideológicas em vez da diplomacia econômica, alertando que o Brasil pagaria caro por isso. Tarcísio acusou o governo Lula de “colocar a ideologia acima da economia” e destacou que outros países buscaram negociação. Caiado comparou o presidente a governantes estrangeiros e insinuou que houve afronta desnecessária na relação com a Casa Branca.
Por outro lado: discurso econômico
Após intensa repercussão negativa nas redes, Zema suavizou o tom e passou a chamar a medida de “errada e injusta”, omitindo termos ideológicos. Tarcísio admitiu publicamente que a sobretaxa prejudica a economia paulista — que depende muito do mercado americano — e pediu que a diplomacia priorize a negociação. Caiado não voltou a se manifestar após sua primeira reação.
Acresce que: impacto real nos estados
Estudos recentes evidenciam que os EUA foram destino de 31% das exportações brasileiras no primeiro trimestre de 2025, com destaque para setores industriais e agrícolas. Somente São Paulo foi responsável por US$ 13,6 bilhões em exportações, Minas por US$ 1,1 bilhão e regiões como Goiás também sofrem com as barreiras sobre produtos agrícolas e minérios.
Pergunta retórica
Por que o discurso ideológico prevaleceu por tanto tempo, até que a economia estadual fosse afetada diretamente? Vale a pena o “viralatismo” quando ele custa caro aos brasileiros?
Conclusão
A mudança de tom revela que, quando a ideologia pesa no bolso, até grupos alinhados ao bolsonarismo reconhecem a urgência da soberania econômica. Zema e Tarcísio passaram a priorizar o impacto econômico e a negociação diplomática. Caiado continua silente, enquanto outros governadores do mesmo espectro ainda não se posicionaram. A taxação serviu de alerta: interesses nacionais, mais que posicionamentos ideológicos, passaram a comandar o discurso desses representantes estaduais.
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