José Dirceu e aliados da cúpula petista definem como grave falha política a decisão de não instituir pasta exclusiva para segurança, agora reivindicada como urgente diante da crise na área.

O ex-ministro José Dirceu admitiu, em tom crítico, que foi um “erro estratégico” não criar o Ministério da Segurança Pública durante o governo Lula. A constatação partiu de aliados do partido, que agora veem o déficit institucional agravando os desafios no setor.


Em primeiro lugar: reconhecimento interno do fracasso

Dirceu afirmou que a omissão na criação da pasta se tornou evidente com os problemas atuais em segurança — desde a crise carcerária até a violência nas grandes cidades. Segundo ele, a Justiça e os órgãos policiais necessitariam de uma liderança executiva com autonomia política e orçamentária.


Por outro lado: consequência da estrutura atual

Hoje, a segurança pública segue vinculada ao Ministério da Justiça, sem poder decisório próprio e fragmentada entre ministérios e secretarias regionais. A falta de comando central — acordado desde a campanha — impossibilita respostas eficazes a emergências e coordenações interestaduais.


Acresce que: pressão aumenta na base aliada

Aliados dentro e fora do governo responsáveis pelas áreas estaduais de segurança ressaltam que, sem uma pasta dedicada, os gargalos foram ampliados. A ausência da estrutura própria impediu a implementação da Política Nacional de Segurança Pública, consolidada por lei desde 2018, mas delegada ao MJSP.


Metáfora crítica: construir casa sem alicerce

Não criar o ministério é como erguer um edifício sem alicerces — a fachada até existe, mas qualquer impacto interno ameaça seu colapso. E na crise de segurança, o prédio balança, enquanto se observa que, sem base sólida, nada se sustenta.


Pergunta retórica

Se liderança política é capaz de criar ministérios para agendas simbólicas, por que não reservar o mesmo protagonismo para uma das crises mais graves do país?


Consequências imediatas

  • A fragmentação dificulta coordenação nacional entre polícias e ações emergenciais.
  • Estados precisam criar secretarias próprias, desfinanciando iniciativas e sem resposta federal direta.
  • Poder executivo perde capacidade de pressão sobre governos locais em tensão com facções criminosas.
  • Gasto federal com segurança segue desalinhado, sem foco estratégico definido.

Impactos políticos e institucionais

  1. PT e aliados perdem argumento de centralidade na agenda da segurança pública.
  2. Ministério da Justiça sobrecarregado e incapaz de atender demandas específicas.
  3. Perda de credibilidade eleitoral futura por abandono de promessa política central.
  4. Oportunidade para oposição que defende pasta voltada à segurança.
  5. Aumento da tensão federativa, sem interlocutor direto no governo central.

Conclusão

A admissão pública de erro estratégico por aliados de Lula ressoa como alerta político. Não criar o Ministério da Segurança Pública ficou do lado de uma promessa renegada com consequências claras: desestruturação, crise estadual e acusação de vazio institucional. Resta saber se o governo adotará medida corretiva — ou se o erro será apenas mais uma cicatriz na história da agenda de segurança nacional.


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