Congresso derruba veto de Lula e eleva risco de aumento da conta de luz
Apesar do veto presidencial, bancada do PT e aliados votaram em massa para reabilitar dispositivos que devem pressionar tarifas domésticas nos próximos anos.

Na sessão conjunta de 17 de junho de 2025, o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Marco Regulatório de Energia Offshore. A decisão reintroduz dispositivos que especialistas estimam elevar o custo da conta de luz em cerca de R$ 197 bilhões até 2050, com impacto estimado de até R$ 525 bilhões até 2040.
Em primeiro lugar: bancada do PT em peso
Dos 68 deputados federais do PT, 63 (92,6 %) votaram pela derrubada do veto, respaldando a reabilitação dos dispositivos tarifários. No Senado, 7 dos 9 senadores petistas (77,7 %) seguiram a mesma orientação.
Por outro lado: apoio amplo da base aliada
Na Câmara, além da maioria do PT, destacaram-se os seguintes percentuais entre partidos da base:
- União Brasil: 39 deputados favoráveis
- Republicanos: 37
- PSD: 33
- MDB: 28
- PDT: 11
- PSB: 10
- PL (oposição): 54 votaram pela derrubada
- PP: 28
No Senado, destacaram-se MDB e PSD, com 10 e 11 senadores favoráveis, respectivamente.

Acresce que: oposição e narrativas divergentes
A oposição, personificada por PL e Novo, apresentou votos contrários ao veto. No Senado, PL teve 8 votos contra a derrubada e no PL, deputados como Nikolas Ferreira votaram a favor do veto — alegando coerência política.
Metáfora crítica: subsídios como bomba tarifária
Reintroduzir os chamados “jabutis” é abrir uma bomba tarifária nas contas dos consumidores, algo que coloca em risco a promessa de “luz mais barata”. É como adicionar peças de um carro invisível que só se paga no bolso depois.
Pergunta retórica
Se Lula prometeu conter a alta tarifária, por que a sua própria base no Congresso reabilitou mecanismo que amplia os subsídios e repassa o custo ao consumidor?
Conclusão engajada
A mobilização pró-derrubada do veto abre fratura entre discurso e prática governista. A sociedade, a imprensa e os movimentos civis precisam exigir transparência e ação efetiva do Executivo — ou ficará a dúvida se o “combate à tarifa alta” era apenas retórica.