Bolsonaro age como mafioso: “perdão entre irmãos” vira moeda de troca
Proposta abjeto: ex-presidente sugere anistiar golpistas em troca de Trump suspender sobretaxa de 50%, transformando o Brasil em moeda de troca política.

Neste domingo (13/07), Jair Bolsonaro divulgou mensagem nas redes sociais na qual sugere que a solução para barrar a tarifa de 50% imposta pelos EUA seria a aprovação de uma anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos nos atos golpistas de janeiro de 2023. A proposta repugnante transforma a soberania nacional em negociação de mercado: “perdão entre irmãos” em troca da “harmonia entre os Poderes”.
Chantagem explícita
A condicionalidade é clara — o perdão vem com o preço da retirada da sobretaxa. Esse tipo de coerção lembra práticas mafiosas, onde os favores são garantidos sob ameaça de consequência. Ao condicionar interesses nacionais à absolvição de aliados, Bolsonaro expõe uma visão subserviente e instrumental da diplomacia.
Apoio familiar revela real intenção
Senadores alinhados ao clã, como Flávio Bolsonaro, chegaram a afirmar que a anistia seria suficiente para recuar a medida norte-americana. Afinal, não se trata de política, mas de acerto judiciário para escapar do próprio julgamento — uma tentativa descarada de envolver o Brasil como refém de sua própria impunidade.
Reação do Congresso e governo
A proposta foi rechaçada por membros influentes da Câmara, que deixaram claro que negociações comerciais não devem ser objeto de chantagem política. Do lado do governo, o vice-presidente Geraldo Alckmin acionou mecanismos legais da Lei da Reciprocidade, garantindo contramedidas cabíveis, e confirmou que o decreto será publicado até terça-feira (15/07). A diplomacia, por sua vez, permanece à frente das tratativas.
A estratégia expõe a subserviência ideológica
O episódio confirma: Bolsonaro não vê o interesse público — vê interesses pessoais. Ao elevar uma anistia a instrumento de barganha com uma superpotência, ele trata a política externa como extensão de disputas judiciais domésticas e reafirma a cultura do toma-lá-da-cá em plena praça pública.
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