Bolsonaro ignora tarifas dos EUA e repete que é perseguido
Mesmo diante da tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros, Bolsonaro desvia o foco para sua narrativa de perseguição judicial — escancara a priorização de discurso político sobre efeitos econômicos reais.

Em primeiro lugar, fica claro o objetivo central: ao invés de se posicionar sobre a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, o ex‑presidente Jair Bolsonaro optou por reforçar sua narrativa de perseguição judicial. Numa publicação nas redes, ele declarou que é vítima de “caça às bruxas” e perseguição midiática e jurídica — desviando o foco do impacto econômico direto sobre o país.
1. O desvio de assunto
A atitude escancara a prioridade de Bolsonaro em reforçar a própria imagem diante de seus apoiadores — mesmo diante de medidas que ameaçam setores produtivos e empregos brasileiros, ele preferiu se apresentar como “perseguido político”.
2. Ignorando o impacto econômico
Enquanto empresas enfrentam aumento de custos, queda de exportações e riscos de desemprego, Bolsonaro negligencia esses efeitos — omitindo qualquer menção à magnitude do prejuízo e limitando o debate à esfera individual.
3. Discurso de vítima em cena
Bolsonaro postou que continua sendo “o mais lembrado e temido” e que todo esse cerco jurídico é motivado apenas por “medo” político de vê-lo forte nas urnas — reforçando seu discurso de liderança injustiçada mesmo afastado do poder.
4. Repercussão entre aliados
Parlamentares da ala bolsonarista reforçam o tom da defesa pessoal, enquanto evitam qualquer avaliação crítica sobre a tarifaça do presidente americano — postura que beneficia a narrativa de Bolsonaro, mesmo que à custa da clareza sobre os efeitos econômicos reais.
✅ Por que isso é preocupante?
- Descolamento da realidade nacional: ao manter o foco na autodefesa, Bolsonaro ignora os efeitos concretos de uma medida que atinge a economia brasileira.
- Risco à soberania: falta de crítica ao ataque tarifário dificulta a mobilização de resposta estruturada.
- Narrativa polarizada: reforça seu estilo de liderança baseada em confrontação e emocionalização política, e não em debate de conteúdo.
- Prejuízo coletivo: enquanto a população paga o preço, a narrativa de perseguição mantém-se como prioridade da ex‑liderança.
Conclusão
A frase-chave “Bolsonaro ignorou tarifas” revela o recado de sua estratégia: ele foge do debate econômico nacional para se colocar novamente sob os holofotes de vítima política. E isso representa um desserviço, não só ao país, mas à própria democracia que pretende defender.
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