O ex-presidente será interrogado pela Primeira Turma no caso da Ação Penal 2.668, que investiga a trama golpista pós-eleições de 2022

O interrogatório de Jair Bolsonaro, inicialmente previsto para quinta-feira (dia 12), foi antecipado para hoje, terça-feira (10), às 14h30, devido ao ritmo acelerado em que o STF conduziu as oitivas desta semana

O ex-presidente Jair Bolsonaro será interrogado hoje às 14h30 pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, dentro da Ação Penal 2.668, que investiga a tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. Ele será o sexto réu a prestar declaração, sucedendo Cid, Ramagem, Garnier, Torres e Heleno.

O interrogatório busca confrontar Bolsonaro com as denúncias da Procuradoria-Geral da República, baseadas em provas como a delação de Mauro Cid, a edição de uma “minuta do golpe” por Bolsonaro e pressão sobre ministros por supostos fraudes nas urnas.

O relator, ministro Alexandre de Moraes, conduzirá o depoimento. Terão direito a perguntas a acusação, o Ministério Público e defensores. Bolsonaro poderá responder, se recusar ou invocar o direito ao silêncio .

Bolsonaro anunciou intenção de apresentar vídeos que, segundo ele, demonstram críticas internas às urnas eletrônicas por ministros, declarações que julga relevantes. No entanto, Moraes já indicou que esse não é o momento para produzir novas provas.


O que esperar do depoimento

O ex-presidente deverá justificar a edição da minuta do golpe, negar intenção de decretação de estado de defesa ou uso das Forças Armadas e rebater as revelações de Cid. Sua fala pode incluir críticas à condução do processo e perguntas diretas ao STF e à própria estrutura jurídica.


Possíveis desdobramentos

  • Se Bolsonaro desconstruir os pontos centrais da acusação — como intenção golpista e edição da minuta — pode enfraquecer a tese da PGR.
  • Se não convencer, pode reforçar o entendimento de que há material suficiente para condenação.
  • O depoimento influenciará diretamente a fase de alegações finais, prevista após todos os interrogatórios (que vão até sexta‑feira) e proximamente o julgamento, ainda sem data, mas estimado para até agosto.

Contribuição ao processo

  • A presença de Bolsonaro frente a Moraes e a acusação cria oportunidade única de confronto direto com as provas.
  • A postura dele pode ter efeito político e midiático imediato, reforçando narrativas à sua base.
  • O desempenho jurídico e retórico será analisado por juristas, a Corte e por eventuais recursos.

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