Bolsonaro manifesta apoio aos ataques dos EUA contra o Irã
Ex-presidente compartilha imagens com Trump e Netanyahu, diverge de posicionamento oficial do governo brasileiro e reforça estratégia política interna.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestou apoio aos ataques dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã, por meio de publicações nas redes sociais — uma postura que reforça seu alinhamento com líderes conservadores internacionais e contraria o posicionamento oficial do governo brasileiro.
Em primeiro lugar: gesto simbólico de apoio
Bolsonaro publicou fotos acompanhado dos ex-líderes norte-americano Donald Trump e israelense Benjamin Netanyahu, alusivas aos ataques norte-americanos contra locais como Natanz, Fordow e Isfahan. A legenda destacava: “Dê-me 50% da Câmara e 50% do Senado que eu mudo o destino do Brasil”, reforçando sua estratégia de rearticular força política interna.
Por outro lado: choque com a diplomacia oficial
A manifestação de Bolsonaro contrasta diretamente com a nota do Itamaraty, que classificou os ataques como “grave violação da soberania do Irã” e apontou que ferem a Carta da ONU e as normas da AIEA. A divergência evidencia uma ruptura entre o discurso populista e a diplomacia estatal.
Acresce que: motivação política interna
A postagem também teve cunho eleitoral. Alinhado ao PL, Bolsonaro busca construir uma bancada forte para o Senado, como forma de “reequilibrar os Poderes”, segundo ele. Essa narrativa serve não apenas a interesses geopolíticos, mas também a reforçar presença política em disputas futuras.
Metáfora crítica: reatar alianças para içar a bandeira
Sua ação é como içar uma bandeira estrangeira em solo nacional para criar identidade: busca ressonância internacional e popular, mas assinala uma ruptura com a soberania diplomática — sob risco de confusão entre interesses nacionais e retórica externa.
Pergunta retórica
Se a soberania do Brasil deve ser defendida, por que um ex-presidente escolhe enfatizar apoio a ações militares estrangeiras que o próprio governo repudia?
Consequências imediatas
- Polarização política doméstica: O episódio gera novos atritos com o governo, reforçando disputas ideológicas e institucionais.
- Reforço discursivo interno: A imagem reforça compromisso com a “linha dura” internacional, mirando seu eleitorado conservador.
- Tensão institucional: O contraste entre discurso e diplomacia pode provocar embates nos fóruns internacionais e no Legislativo.
Impactos políticos
- Reforço do PL como alternativa política: Bolsonaro articula apoio contrário ao STF e ao atual governo.
- Pressão sobre o STF em julgamento de Bolsonaro: Discursos externos reforçam narrativa de perseguição.
- Nova divisão no campo diplomático: Cresce o embate entre política externa oficial e posicionamento midiático.
- Mobilização conservadora ativa: A fala ressoa junto a públicos alinhados a valores militares e religiosos.
- Crise de credibilidade internacional: A percepção de quebra de unidade diplomática pode gerar prejuízo internacional.
Conclusão
Bolsonaro escolheu posicionar-se diretamente com líderes de direita estrangeiros para demonstrar postura firme — mesmo à custa de romper com a diplomacia tradicional. A grande interrogação é: até onde será sustentável essa fusão entre retórica externa e estratégia interna?
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