Mauro Cid acusa defesa de Bolsonaro e Fabio Wajngarten de tentarem influenciar sua delação intimidando sua filha de apenas 14 anos

A delação premiada de Mauro Cid parece ter se tornado a pedra no sapato do bolsonarismo — mas, agora, a guerra suja ganhou contornos ainda mais abjetos. Segundo revelou o próprio ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro à Polícia Federal, aliados do ex-presidente teriam procurado sua filha adolescente, de apenas 14 anos, numa tentativa velada (ou nem tanto) de coagi-lo a mudar ou anular sua colaboração com as investigações.

Sim, você leu certo: cruzaram a linha do aceitável, do legal e do moral. Num país ainda marcado pelas feridas do autoritarismo, ver figuras como Fabio Wajngarten — ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro — sendo apontadas como protagonistas de uma suposta intimidação contra uma menor de idade é sinal de que estamos diante de um bolsonarismo que não apenas ruge, mas morde onde mais dói.


A nova cara da pressão: assédio psicológico e chantagem emocional

O relato de Cid não deixa dúvidas: houve uma tentativa explícita de quebrar seu espírito por meio da filha, envolvida indevidamente numa trama de adultos desesperados por blindar o “mito” da cadeia. Segundo ele, a defesa de Bolsonaro buscou contato com a adolescente com o objetivo de induzi-lo a recuar da colaboração premiada que compromete não só o ex-presidente, mas também o núcleo duro da tentativa de golpe.

E o mais escandaloso: essa abordagem teria ocorrido à revelia da própria esposa de Cid, que também depôs à PF confirmando a pressão sofrida pela família. Trata-se, portanto, não apenas de um ato de covardia, mas de um atentado à dignidade humana, típico de regimes que não se importam em sacrificar inocentes para manter o poder.


Bolsonarismo acuado vira fera: quando a família vira alvo

Não é de hoje que o bolsonarismo tenta transformar delatores em inimigos públicos. Mas, agora, o que era uma guerra de narrativas virou uma guerra contra crianças. Procurar a filha de um delator para intimidá-lo é mais do que crime: é a falência moral de um projeto político.

Resta a pergunta: o que temem tanto Bolsonaro e seus aliados, a ponto de mobilizar esse tipo de pressão vil? A resposta pode estar no conteúdo das delações que Cid entregou à Justiça. Documentos, gravações e provas que, segundo a PF, escancaram o envolvimento do ex-presidente em articulações golpistas, fraudes com cartões de vacinação e manipulações institucionais.


Cadê a indignação da direita moralista?

Os que se dizem defensores da família estão calados. Nenhuma palavra de repúdio, nenhum lamento pela tentativa de aliciar uma adolescente. O silêncio é ensurdecedor — e revelador. Afinal, para o bolsonarismo, “família” é só um slogan, não um valor quando se trata da família do inimigo.

Enquanto isso, Mauro Cid segue protegido por sua colaboração com a Justiça. Mas sua filha carrega agora um trauma que nenhuma operação da PF poderá apagar. E o país se vê, mais uma vez, diante da prova de que o bolsonarismo não conhece limites quando o desespero bate à porta.


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