Advogado de Bolsonaro nega tentativa de influenciar delação de Mauro Cid
Paulo Cunha Bueno diz que encontro com a mãe do delator foi “casual e breve” e que nunca buscou assumir sua defesa

Em petição enviada ao Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira, o advogado Paulo Amador Cunha Bueno, que representa Jair Bolsonaro, negou categoricamente qualquer tentativa de interferir na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid e rejeitou que tenha buscado assumir a defesa do militar.
O encontro controverso
Bueno reconheceu ter cruzado com a mãe de Mauro Cid, Agnes, durante uma competição de hipismo em São Paulo, em agosto de 2023. Mas classificou o momento como “casual e breve”: segundo ele, a aproximação ocorreu após um agradecimento pelo auxílio na inscrição da neta, atleta da categoria, tendo sido um gesto cortês sem outra pauta.
Contexto da investigação
O depoimento faz parte de um inquérito sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes que analisa suposta tentativa de obstrução de delação — após relatos de abordagens feitas por advogados ligados a Bolsonaro à família do delator. Bueno foi intimado a depor pela Polícia Federal nesta terça-feira, ainda que tenha solicitado dispensa.
A alegação da defesa
O advogado enfatizou ao STF que jamais mencionou o tema da delação, que sequer havia sido homologada à época. Segundo ele, qualquer tentativa de assumir a defesa de Mauro Cid seria tanto “imoral quanto antiética”.
Por que isso importa
- Proteção da integridade do processo: o advogado busca refutar acusações que poderiam deslegitimar o acordo de colaboração.
- Tática de contenção: a narrativa minimiza a tese de obstrução, reduzindo tensão política e jurídica.
- Próximo passo no inquérito: as depoimentos de Bueno e outros advogados podem ser decisivos para confirmar ou refutar as suspeitas de influência.
Conclusão
A versão apresentada por Paulo Cunha Bueno ao STF é direta: não houve articulação com a família do delator além de um gesto cortês motivado por esfera pessoal. Agora, cabe à Polícia Federal aprofundar os depoimentos a fim de aferir se há fundamento nas suspeitas de obstrução — e isso pode influenciar diretamente o rumo da delação e do inquérito.
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